
Ela chegou ao consultório com um olhar cansado e um relato que já trazia 15 anos de dor. Uma dor insuportável, localizada no lado direito do rosto. O médico suspeitava de neuralgia do trigêmeo. Para quem não conhece, essa é uma das dores mais intensas que existem. É chamada por muitos de “a dor do suicídio”. Essa dor afeta tudo: comer, falar, sorrir, se expressar. Afeta a vida como um todo. Ela já havia passado por inúmeros tratamentos. Muitos medicamentos fortes, e mesmo assim… a dor só piorava. Quando chegou até mim, o que eu buscava, antes de qualquer técnica, era conexão. Olhar além da dor física. Entender sua história. Perguntei, com cuidado, se havia passado por alguma situação marcante, algo que pudesse me ajudar, como terapeuta, a decifrar o porquê daquela dor ter se instalado com tanta força, por tanto tempo. Porque, por trás de cada dor, existe uma vivência.Por trás de cada sintoma, existe um conflito que o corpo tenta expressar. E foi ali, naquele espaço de escuta, que começamos a trilhar um novo caminho. Esse não é um texto com final. Não é sobre cura imediata. É sobre escuta, presença e o início de uma compreensão mais


